segunda-feira, 24 de junho de 2013

3º EM - GOLPE MILITAR 1964



O Golpe Militar de 1964

No plebiscito de janeiro de 1963, três quartos dos eleitores haviam apoiado Jango. Um ano depois, as classes médias urbanas pediam abertamente sua deposição e chefes militares conspiravam para isso. Dispondo de fartos recursos, os grupos conservadores, entre eles a hierarquia da Igreja Católica, convenceram as classes médias de que Jango queria impor uma República sindicalista, confiscar propriedades, abolir a religião,etc. As dificuldades econômicas também ajudaram: em 1963 a inflação foi de 73%; em 1964, de 92%.
Com a realização do grande Comício da Central do Brasil (também conhecido como Comício das Reformas de Base), em 13 de março de 1964, Jango e as organizações populares deram uma demonstração de força e de capacidade de mobilização. A resposta dos grupos de direita veio no dia 19, com a realização da gigantesca Marcha da Família com Deus pela Liberdade, que levou às ruas de São Paulo cerca de 500 mil pessoas contrárias a Jango.
O pior, entretanto, estava por vir. Em 30 de março tropas de Minas Gerais começaram a deslocar-se para o Rio de Janeiro. Na noite de 31, o governador mineiro José Magalhães Pinto, da UDN, lançou um Manifesto rompendo com Jango e acusando-o de fomentar a indisciplina nas Forças Armadas, de tentar realizar reformas que sacrificavam a normalidade constitucional e de acolher planos subversivos. Diversos comandantes militares, bem como os governadores Adhemar de Barros (PSP), de São Paulo, e Carlos Lacerda (UDN), da então Guanabara, aderiram ao movimento.
Em 1º de abril, preferindo abandonar a Presidência para evitar derramamento de sangue, Jango viajou para o Rio Grande do Sul, onde Leonel Brizola, agora deputado federal, pretendia organizar a resistência. À noite, o presidente do Senado , Auro de Moura Andrade, declarou vaga à presidência (contra a Constituição, pois Jango continuava no Brasil) e deu posse ao presidente da Câmara, Ranieri Mazzieli. Jango estava deposto. No dia 4, exilou-se no Uruguai.
Resumidamente podemos dizer que as causas do golpe militar foram as seguintes:
  • A década de 1960 foi marcada por forte redução de investimentos, o que gerou desemprego e desabastecimento; a inflação corroia salários e desequilibrava pequenas e médias empresas; 
  • No governo Goulart, o Estado populista atingiu seu limite; para atender às reivindicações dos trabalhadores urbanos e rurais, o governo deveria, de fato, tomar medidas que feriam os interesses econômicos conservadores (como a reforma agrária); 
  • Amedrontada com a radicalização e ameaçada em seus interesses econômicos, a burguesia, com o apoio das camadas médias conservadoras, voltou-se contra o governo e as instituições democráticas;
  • A conspiração interna recebeu apoio dos Estados Unidos, com recursos financeiros, pressões político-diplomático e atuação de agentes secretos e agitadores, em nome dos imperativos da guerra fria.

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