domingo, 17 de agosto de 2014

Resolução da avaliação 1º EM

Caros Alunos,

Segue a correção da avaliação do Módulo 4

Leia atentamente a resolução e reflita sobre sua resposta na prova;

1. A cidade antiga (grega, entre os séculos VIII e IV a.C.) e a cidade medieval (europeia, entre os séculos XII e XIV), quando comparadas, apresentam tanto aspectos comuns quanto contrastantes.
Indique aspectos que são
a) Comuns às cidades antiga e medieval. (1)

Vínculos entre a área urbana e seu entorno rural; autonomia política, intensa atividade comercial e noção de cidadania entre seus moradores.

b) Específicos de cada uma delas. (1)

Aspectos específicos: as cidades gregas caracterizavam-se pelo planejamento urbano e
pelas boas condições de limpeza, ao passo que as cidades medievais apresentavam ruas estreitas e tortuosas, espaço delimitado por muralhas, além de péssimas condições de salubridade.

2.   No Natal de 800, o papa Leão III coroou Carlos Magno como Imperador dos Romanos. O Imperador recebeu o antigo título de Augusto.

a) Caracterize a autoridade de Carlos Magno como Imperador naquele momento.
b) Apresente dois aspectos do renascimento carolíngio.


Resposta:

a) A coroação de Carlos Magno como “Imperador dos Romanos” feita pelo papa Leão III ocorreu após uma aproximação de Magno e da Igreja Católica. Leão III, na verdade, corou Magno como Imperador do Sacro Império Romano Germânico. Magno, assim, tornou-se um grande defensor e disseminador da fé cristã pelos territórios já existentes e futuramente conquistados no citado Império.

b) Durante o governo de Carlos Magno, o Império Carolíngio atravessou uma fase de grande crescimento e esplendor, em especial nas áreas educacional e artística. Magno promoveu projeto educacional baseado nas artes liberais, a saber, aritmética, geometria, astrologia, música, gramática, dentre outras. No campo artístico, influenciada pelas artes romana e grega, a arte carolíngia caracterizou pela feitura das iluminuras e dos relicários.


3. Era uma doença exótica, contra a qual os organismos dos europeus não tinham defesas. Veio da Ásia pela rota da seda. Veja: a epidemia, essa catástrofe, é, portanto, também um dos efeitos do progresso, do crescimento.
(Georges Duby. Ano 1000, ano 2000. Na pista de nossos medos, 1998.)

O texto refere-se à peste que atingiu a Europa no século XIV. Indique dois fatores, além da falta de defesa dos organismos dos europeus, que ajudaram na propagação da doença, e explique a associação, feita pelo texto, da peste com o progresso.


Resposta:

[Resposta do ponto de vista da disciplina de Biologia]
A peste bubônica e a pneumônica são causadas pela bactéria Yersina pestis e transmitida pela picada da pulga de ratos (Xenopsilla cheops). A propagação da doença na Europa, no século XIV foi favorecida pelas péssimas condições dos aglomerados populacionais e a inexistência, na época, de meios de tratamento da infecção.

[Resposta do ponto de vista da disciplina de História]
Um conjunto de fatores pode ser considerado para a contribuição da propagação, como a precariedade das condições de higiene nas cidades, a precariedade de hábitos de higiene pessoal ou o desconhecimento das causas da doença. O comércio europeu atravessava um momento de grande desenvolvimento, conduzido principalmente por mercadores italianos que passaram a dominar as rotas e portos do Mar mediterrâneo. Na Europa havia grande efervescência do comércio e da vida urbana.

4.  E, com efeito, concedemos a Moisés o Livro, e fizemos seguir depois dele, os Mensageiros. E concedemos a Jesus, Filho de Maria, as evidências e amparamo-lo com o Espírito Sagrado. E, será que cada vez que um Mensageiro vos chegava, com aquilo pelo que vossas almas não se apaixonavam, vós vos ensoberbecíeis?
Então, a um grupo desmentíeis, e a um grupo matáveis.
[...]
E, quando lhes chegou um Livro da parte de Alá, confirmando o que estava com eles –
e eles, antes buscavam a vitória sobre os que renegavam a Fé – quando, pois, lhes chegou o que já conheciam, renegaram-no. Então, que a maldição de Alá seja sobre os renegados da fé!

Alcorão, 2:87 e 89
Tradução do sentido do Nobre Alcorão para a língua portuguesa. NASR, H. (trad.),
Complexo do Rei Fahd para imprimir o Alcorão Nobre: Medina, s./d.


a) Compare, do ponto de vista doutrinal, a religião muçulmana e as religiões judaica e cristã.
b) A Península Arábica no século VI caracterizava-se pela dispersão política e religiosa. Como a religião muçulmana favoreceu o processo de constituição de uma unidade político-religiosa na região?
c) Durante o século VII, além da expansão islâmica, surgiu a divisão entre sunitas e xiitas, que se mantém até os dias de hoje. Quais foram os motivos de tal divisão no século VII? 


Resposta:

a) Considera-se que a formulação da doutrina muçulmana pelo profeta Mohamed foi marcada por forte influência do judaísmo e do cristianismo. Enquanto participou das caravanas mercantis, Mohamed conheceu outros povos e religiões e percebemos elementos que permitem estabelecer uma ligação, tais como o monoteísmo, a existência de um livro sagrado, a presença do anjo Gabriel como anunciador da vontade divina e a crença em um paraíso.

b) Antes do islamismo os povos árabes estavam divididos politicamente em tribos e possuíam vários deuses. Para os muçulmanos Mohamed é o último profeta / mensageiro de Deus. Do ponto de vista histórico, sua grande realização foi promover a unificação dos povos árabes, do ponto de vista político e religioso. A Crença num único Deus e a consequente luta pela imposição dessa ideia a todas as tribos, deram origem a um processo de centralização, com a criação do Islã, sob comando do califa, autoridade política e religiosa.

c) A divisão está associada às lutas internas pelo poder sobre o Islã, logo após a morte do profeta. Para os xiitas, seguidores de Ali, apenas os descendentes diretos de Muhammed poderiam liderar o Islã, enquanto que para os sunitas a liderança caberia a qualquer mulçumano virtuoso. 

5.   Considere a seguinte afirmação sobre o termo bizantino:

“É essencial lembrar que bizantino não tem conotação étnica, mas civilizacional (...). O termo bizantino foi vulgarizado apenas a partir do século XVI, depois do desmembramento do império, que, em vida, se via como herdeiro e continuador do império Romano.”

(FRANCO JR., Hilário; ANDRADE FILHO, Ruy de Oliveira. O Império Bizantino. SP: Brasiliense, 1987, p. 7-8)

a) Em que medida o Império Bizantino pode ser considerado herdeiro e continuador do Império Romano?
b) Estabeleça as diferenças entre esses dois impérios entre os séculos V e VII.


Resposta:

a) O Império Romano foi construído ao longo de séculos, a partir de conquistas militares, com a subordinação de diversos povos. O Império Bizantino nasceu da crise e subdivisão do Império Romano e representou, geograficamente, sua porção oriental.
b) O Império Bizantino sobreviveu à crise graças aos vínculos econômicos que estabeleceu com diversos povos e regiões orientais.O Império Bizantino manteve a estrutura política centralizada, com extensa burocracia, e organizou sua estrutura jurídica com base no Direito Romano.

6.   Durante o período das Cruzadas, São Bernardo de Claraval (1090-1153) escreveu:

“Mas os soldados de Cristo combatem confiantes nas batalhas do Senhor, sem nenhum temor de pecar por pôr-se em perigo de morte e por matar o inimigo. Para eles, morrer ou matar por Cristo não implica qualquer crime, pelo contrário, traz a máxima glória. (...) Em outras palavras: o soldado de Cristo mata com a consciência tranquila e morre com a consciência mais tranquila ainda.”

(São Bernardo de Claraval apud COSTA, Ricardo da. Apresentação: A Cruzada Renasceu? BLASCO VALLÈS, Almudena, e COSTA, Ricardo da (coord.). Mirabilia 10. A Idade Média e as Cruzadas. jan.-jun. 2010/ISSN 1676- 5818, p. XIII)

a) No que se refere às Cruzadas no período medieval, determine quem eram esses soldados de Cristo referenciados no trecho acima.
b) Análise as motivações para empreender suas batalhas e quais as suas consequências para o mundo ocidental daquele período.


Resposta:

a)Os “soldados de Cristo” eram todos os cristãos europeus que participaram das Cruzadas, em sua maioria, camponeses, liderados por nobres e reis.
b) Para a massa dos participantes, o verdadeiro motivo era a fé, a luta contra os infiéis muçulmanos e a libertação da Terra Santa; no entanto, havia diversas outras motivações de cunho econômico e político. As cruzadas foram responsáveis pela abertura do Mediterrâneo ao comércio entre o ocidente e oriente, contribuindo para o renascimento comercial e urbano vivido pela Europa durante a baixa Idade Média.

7.   A Idade Média, na Europa, foi caracterizada pelo aparecimento, apogeu e decadência de um sistema econômico, político e social denominado “feudalismo”. Esse sistema começou a se estruturar na Europa, ao final do Império Romano do Ocidente (século V), atingiu seu apogeu no século X e registrou-se o seu declínio ao final do século XV.
 (MELLO; COSTA, 1994, p. 235).

De acordo com o texto e com os conhecimentos sobre o sistema econômico e político-administrativo que caracterizou o feudalismo na Europa, indique uma característica do seu apogeu, no século X, e um fator responsável pelo seu declínio no final do século XV.
• Século X — apogeu:

• Século XV — declínio:


Resposta:

Século X – apogeu:
Características:
• vigência das relações de suserania e vassalagem;
• complexa hierarquia feudal, baseada nas relações de dependência entre os diferentes papéis representados pela nobreza;
• confirmação do poder figurativo dos reis;
• fortalecimento da sociedade estamental, legitimada pela ideologia católica expressa na “Cidade de Deus” de Santo Agostinho.
• fortalecimento do feudalismo como modo de produção: terra/servidão/economia fechada e autossuficiente.

Século XV – declínio:
Fatores responsáveis:
• crescimento demográfico na Europa Ocidental criando novas demandas de consumo;
• renascimento das cidades e ocorrência de lutas visando à autonomia por parte das mais fortes e desenvolvidas;
• revolução comercial na área europeia/mediterrânea, trazendo novas práticas financeiras e comerciais;
• mudanças na estrutura social com a formação da burguesia comercial;
• guerra dos Cem Anos;
• peste Negra;
• formação das monarquias nacionais e expansão marítimo-comercial.

Vale destacar que essa cronologia e interpretação são tradicionais e podem variar. Muitos historiadores consideram que, a partir do século XI a Europa vivenciou o apogeu do feudalismo.
Segundo a divisão que adotamos, a questão deve ser enquadrada em duas classificações, Alta e Baixa Idade Média.
   

Nenhum comentário:

Postar um comentário