Caros alunos,
Segue o gabarito da avaliação do dia 29/09
1. “Essencialmente, o absolutismo era apenas isto: um aparelho de dominação feudal alargado e reforçado, destinado a fixar as massas camponesas na sua posição social tradicional (...). Por outras palavras, o Estado absolutista nunca foi um árbitro entre a aristocracia e a burguesia, ainda menos um instrumento da burguesia nascente contra a aristocracia: ele era a nova carapaça política de uma nobreza atemorizada (...).”
Segue o gabarito da avaliação do dia 29/09
1. “Essencialmente, o absolutismo era apenas isto: um aparelho de dominação feudal alargado e reforçado, destinado a fixar as massas camponesas na sua posição social tradicional (...). Por outras palavras, o Estado absolutista nunca foi um árbitro entre a aristocracia e a burguesia, ainda menos um instrumento da burguesia nascente contra a aristocracia: ele era a nova carapaça política de uma nobreza atemorizada (...).”
(ANDERSON,
Perry, Linhagens do Estado Absolutista. Trad. Porto: Afrontamento, 1984,
pp. 16-17)
a) Na perspectiva de Anderson, o Estado absolutista
significou um rompimento drástico com relação à fragmentação política
característica do período feudal? Justifique.
(0,5) H15
(0,5) H15
Segundo o autor,
que representa um dos expoentes da visão marxista de História, o Estado
Absolutista não representa uma mudança drástica, pois preserva os tradicionais
privilégios da velha elite feudal. Tal modelo, desenvolvido na Idade Moderna,
apesar de possuir uma estrutura centralizada de poder, representou uma
adaptação.
b) Na visão de Anderson, qual era o grupo social dominante
nos quadros do Estado absolutista? Justifique. (0,5) H11
Para o autor, a
classe dominante é a nobreza, responsável pelo controle dos principais cargos
políticos. Ministros, conselheiros e assessores do Rei pertenciam à nobreza,
colocando essa classe social no controle do Estado.
c) Além dos elementos apontados no texto, ofereça mais
duas características constitutivas dos chamados Estados absolutistas. (1) H22
Os
Estados Absolutistas garantiam privilégios ao clero e eram caracterizados por
grande intolerância religiosa, principalmente nos países católicos, nos quais o
poder do rei era justificado como sendo de origem divina. No campo econômico,
os Estados exerciam forte intervenção e controle, preocupados em obter balança
comercial favorável, segundo uma mentalidade mercantilista.
2.
Considere os dois extratos de documentos
abaixo:
Documento 1. Ilustrações
publicadas na obra “De humani corporis fabrica”, do médico belga André Vessálio
(1543).
Documento 2. “Aconselho-te,
meu filho, a que empregues a tua juventude em tirar bom proveito dos estudos e
das virtudes (...). Do direito civil quero que saibas de cor os belos textos e
que mos compare com filosofia. Enquanto ao conhecimento das coisas da natureza,
quero que a isso te entregues curiosamente (...) depois (...) revisita os
livros dos médicos gregos, árabes e latinos, sem desprezar os talmudistas e
cabalistas, e por frequentes anatomias adquire perfeito conhecimento do outro
mundo [o microcosmos] que é o homem.”
(RABELAIS, François. Pantagruel [1532]. In: FREITAS,
Gustavo de. 900 textos e documentos de História. Lisboa: Plátano, 1976,
v. 11)
a) Considerando os documentos acima,
além dos conhecimentos sobre o período, disserte sobre as principais
características do Renascimento. (1)H3
O
Renascimento Cultural foi um amplo movimento caracterizado por uma mudança
significativa na forma de enxergar o mundo, principalmente nos centros urbanos,
caracterizada pelo antropocentrismo, individualismo e racionalismo.
b) A partir de seus estudos relacione as
características do Renascimento com as transformações sociais em curso na
Europa. (1) H4
Tanto
as imagens do corpo humano, destacando o esqueleto e a musculatura de forma
científica, quanto o texto reforçam a necessidade do conhecimento racional
sobre o ser humano e o universalismo desse conhecimento, que deixa de ser
monopólio da Igreja Católica e pode ser formado a partir de diferentes
culturas.
3. “O direito de criticar dogmas e
encaminhamentos é assegurado como liberdade de expressão, mas atitudes
agressivas, ofensas e tratamento diferenciado a alguém em função de crença ou
de não ter religião são crimes inafiançáveis e imprescritíveis.”
(“Intolerância
religiosa é crime de ódio e fere a dignidade”. Portal de Notícias do Senado
Federal. Publicado em 16 de abril de 2013. Disponível em:
<http://www12.senado.gov.br/jornal/edicoes/2013/04/16/intolerancia-religiosa-e-crime-de-odio-e-fere-a-dignidade>).
Destaque dois conflitos religiosos ocorridos após a Reforma Protestante
na Europa, entre os séculos XVI e XVII, discorrendo sobre os motivos de seu
desenvolvimento.
(1) H15
Os conflitos
ocorridos após a Reforma Protestante ocorreram, em geral, em função do direito
ao reconhecimento da liberdade de culto das novas religiões e das disputas de
poder entre nobreza e burguesia em várias nações.
Podemos
citar os seguintes conflitos: Noite de São Bartolomeu (França), Guerra dos
Trinta Anos (vários países) e Revolução Puritana (Inglaterra).
4. A base da teologia
de Martinho Lutero reside na ideia da completa indignidade do homem, cujas
vontades estão sempre escravizadas ao pecado. A vontade de Deus permanece
sempre eterna e insondável e o homem jamais pode esperar salvar-se por seus
próprios esforços. Para Lutero, alguns homens estão predestinados salvação e
outros à condenação eterna. O essencial de sua doutrina é que a salvação se dá
pela fé na justiça, graça e misericórdia divinas.
(Adaptado
de Quentin Skinner, "As fundações do pensamento político moderno".
São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 288-290.)
a) Segundo o texto,
quais eram as ideias de Lutero sobre a salvação? (0,5) H3
Segundo
o texto, para Lutero o homem, por seus próprios esforços não faria jus salvação
eterna, ficando dependente de sua fé na
misericórdia divina.
b) Quais foram as
reações da Igreja Católica à Reforma Protestante? (0,5) H5
No que se convencionou chamar
"Contrarreforma", a Igreja Católica promoveu o combate ao
protestantismo pela ação da Companhia de Jesus nos campos da catequese e da
educação, através da Inquisição (Tribunal do Santo Ofício) e pela censura
imposta no Índice dos Livros Proibidos (Index). No Concílio de Trento a Igreja
reviu e reafirmou os dogmas católicos e procurou reorganizar e moralizar o
clero.
5.
“A expansão marítima teve ligações com os questionamentos e as
inovações que acompanharam o Renascimento e, politicamente, com a formação do
Estado moderno na Europa. Assim, é impossível analisá-la sem mencionar as
mudanças econômicas, a intensificação das atividades comerciais, o fascínio
pelas especiarias, a luta da burguesia para consolidar sua riqueza”.
REZENDE,
Antonio Paulo; DIDIER, Maria Thereza. Rumos da História: História Geral e do
Brasil. São Paulo: Atual, 2001. p. 158. Gravura do sec. XVI, de Theodore de
Bry. p. 157-158.
Tendo como ponto de partida seus estudos, explique duas razões
para o pioneirismo do reino português. (1) H11
Razões para o pioneirismo português na
expansão marítima.
1. Posição geográfica favorável.
2. Paz interna, relativa estabilidade política.
3. Formação/reunião de navegadores, matemáticos, geógrafos e
astrônomos.
4. Tradição marítima: experiência com atividade pesqueira.
5. Pioneirismo na formação do Estado Nacional Moderno
6.
Considerando
os dois gráficos acima,
a)
defina e explique o significado geral de uma balança comercial “favorável” ou
“desfavorável” para um determinado país; (1) H15
Balança
Comercial é a relação estabelecida entre as exportações e as importações
realizadas por um país em um determinado período. Ela é considerada “favorável”
quando as exportações são maiores do que as importações, permitindo ao país
lucro (superavit); a situação inversa
é definida como “desfavorável”, ou seja, quando as exportações são menores do
que as importações, determinando a saída de moedas do país (deficit).
b)
compare os papéis político-econômicos da França e da Inglaterra na competição
internacional do século XVIII, bem como a importância desses países para as
regiões coloniais americanas da época. (1) H14
As áreas coloniais
sempre foram importantes para suas respectivas metrópoles, incluindo Inglaterra
e França, pois, monopolizadas, garantiam lucro. No caso da Inglaterra, o
gráfico demonstra um superavit
constante ao longo do século XVIII, em crescimento até a década de 70, quando
se iniciaram os conflitos que resultaram na perda das 13 colônias americanas,
retratado no gráfico pela queda de importações e exportações. No caso da França
percebe-se uma atividade econômica de menor volume – quando comparada com a
Inglaterra, com maiores oscilações ao longo do século XVIII e momentos de inversão,
com períodos deficitários nas décadas de 70 e 80, marcadas pela Revolução
Francesa e pela grave crise econômica que a precedeu.
7. Leia o texto a
seguir.
Tocadas
em 1500 pelos homens de Pedro Álvares Cabral, as terras que hoje são
brasileiras foram desde então oficialmente incorporadas à coroa portuguesa. Se
haviam sido frequentadas antes, como sugere o Esmeraldo de Situ Orbis, e
defendem alguns historiadores portugueses, disso não ficou maior registro, e
não há, pois, como fugir da data consagrada e recentemente celebrada – para o
bem e para o mal – por brasileiros e portugueses. Descoberto oficialmente,
pois, em 1500, sob o pontificado de Alexandre VI Borgia, não se pode dizer, a
rigor, que existisse, então, nem Brasil nem brasileiros. Vários são os sentidos
dessa não existência.
(Adaptado
de: SOUZA, L. M. O nome do Brasil. Revista de História. São Paulo, 2001.
n.145. p.61-86. Disponível em:
<http://revhistoria.usp.br/images/stories/revistas/145/RH-145_-_Laura_de_Mello_e_Souza.pdf>.
Acesso em: 7 jun.2013.)
Explique
o que a historiadora e autora desse texto, Laura de Mello e Souza, quer dizer
com a seguinte passagem: “não se pode dizer, a rigor, que existisse, então, nem
Brasil nem brasileiros.” (1) H2
A historiadora Laura de Mello e Souza sugere
na passagem “não se pode dizer, a rigor, que existisse, então, nem Brasil nem
brasileiros” aspectos como: os povos autóctones, cerca de 2.500.000 habitantes
indígenas na época da chegada de Cabral, não constituíam uma unidade cultural,
tampouco política, pois se tratavam de um conjunto variado de sociedades; os
portugueses ocuparam um território, desconhecido por eles, sendo o Brasil uma
construção histórica posterior, portanto é equivocado (anacronismo) pensar o
território brasileiro atual para o século XVI; o Estado brasileiro será formado
apenas no século XIX, quando conquistará a independência política da Europa,
formando um Império; a identidade nacional brasileira, tema complexo e polêmico
da historiografia, terá suas primeiras manifestações, ainda que fragmentárias,
na crise do antigo sistema colonial no final do século XVIII.
Gostei. Creio que me ajudará.
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