segunda-feira, 27 de maio de 2013

2º EM - Imperialismo

IMPERIALISMO SÉC. XIX


O colonialismo do século XIX (neocolonialismo), incrementado a partir de 1880, tem por base uma nova divisão econômica e política do mundo pelas potências capitalistas em ascensão. Reino Unido, Estados Unidos e Alemanha experimentam um auge industrial e econômico a partir de 1870, seguidos pela França e Japão. Itália e Rússia ingressam na via da industrialização nesse mesmo período. Os monopólios e o capital financeiro de cada potência competem acirradamente pelo controle das fontes de matérias-primas e pelos mercados situados fora de seus países.
Tipos de colônia – O neocolonialismo desenvolve política que tem por eixo dois tipos de colônia: as colônias comerciais e as colônias de assentamento. As colônias comerciais devem fornecer matérias-primas e, ao mesmo tempo, constituir-se em mercados privilegiados para produtos e investimentos de capitais das metrópoles. As colônias de assentamento servem de áreas de recepção dos excedentes populacionais das metrópoles.

PARTILHA DA ÁFRICA

Ocorre a partir de 1870, quando a Alemanha e a Itália entram em disputa com a Inglaterra e a França pela conquista de territórios que sirvam como fontes de abastecimento de matérias-primas industriais e agrícolas e mercados para seus produtos. Portugal e Espanha conseguem manter alguns de seus antigos territórios coloniais. A Conferência de Berlim, em 1884 e 1885, oficializa e estabelece normas para a partilha. Qualquer posse territorial deve ser comunicada às potências signatárias e toda potência estabelecida na costa tem direito ao interior do território, até defrontar com outra zona de influência ou outro Estado organizado.

IMPERIALISMO NA ÁSIA


As potências europeias, o Japão e os Estados Unidos envolvem-se numa disputa acirrada para propor uma nova divisão dos territórios asiáticos.
Índia – A presença britânica na Índia com a Companhia das Índias Orientais supera a concorrência portuguesa e francesa desde o século XVII. Contra essa hegemonia se rebelam, em 1857, as tropas nativas, ou cipaios.
Revolta dos Cipaios – Levante de grupos indianos (cipaios) contra a exploração britânica. Começa em 1857 e é violentamente reprimida pelos britânicos, terminando no ano seguinte. O governo britânico dissolve a Companhia das Índias, reorganiza o exército colonial e converte a Índia em domínio britânico.
Influência britânica – O Reino Unido implanta em território indiano um sistema de ensino inglês, uma rede ferroviária e a modernização dos portos. Com seus produtos industriais mais baratos, destrói a economia rural autárquica e aumenta o desemprego. Os ingleses se expandem e criam Estados intermediários no Nepal e Butão. Entram no Tibete para garantir privilégios comerciais. Anexam a Birmânia (atual Mianmá ) e Ceilão (atual Sri Lanka ) e tentam disputar com os russos o domínio do Afeganistão. O domínio britânico faz surgir um movimento nacionalista entre setores das classes abastadas indianas, europeizadas nos colégios e universidades inglesas, onde tinham livre curso as ideias liberais e democráticas. Em 1885 é fundado o Congresso Nacional Indiano, com o objetivo de obter uma participação ativa na administração do país.
China – Até meados do século XIX os europeus mantêm feitorias no território chinês, por onde realizam o comércio com as metrópoles. A partir daí ocorre uma intensificação nas tentativas de dominar o mercado chinês por meio de guerras e conquistas.
Guerra do Ópio – Uma das principais atividades do Reino Unido na região é o cultivo do ópio (em território indiano), que é depois vendido aos chineses. Em 1840 as autoridades chinesas passam a reprimir a venda ilegal da droga, o que leva o Reino Unido a declarar a chamada Guerra do Ópio. O conflito termina dois anos depois pela Paz de Nanquin, tratado segundo o qual o Reino Unido retoma o comércio de ópio e obtém ainda a concessão de Hong Kong, ponto estratégico para comércio, devolvido à China em 1997. A partir de 1844, França, Estados Unidos, Inglaterra e Rússia conquistam o controle de áreas do território chinês, como Xangai e Tientsin.
Guerra Sino-Japonesa – Em 1868, após um longo isolamento, o Japão emerge disposto a se tornar uma potência mundial. Seis anos depois, envia tropas contra Formosa (Taiwan), com o objetivo de testar a resistência chinesa. Por pressão diplomática do Reino Unido recolhe as forças militares, recebendo uma "indenização" da China. O expansionismo japonês volta a se manifestar em 1879, com a anexação das ilhas Ryu-kyu. Mas o principal objetivo do Japão é a Coréia, situada em posição estratégica e possuidora de grandes reservas minerais, especialmente carvão e ferro.
Intervenção na Coréia – China e Coréia procuram desenvolver laços estreitos de colaboração por intermédio de acordos comerciais e militares. A China busca consolidar sua influência na região, principalmente modernizando as forças militares coreanas. Essa atitude provoca diversos confrontos armados entre facções pró-China e grupos favoráveis aos interesses do Japão, levando ambos os países a enviarem tropas ao território coreano para conter o conflito interno. Estabelecida a normalidade, o Japão, entretanto, decide não abandonar a Coréia, alegando que a situação ainda exige a presença das tropas japonesas para evitar novas rebeliões.
Conflito entre China e Japão – Tem início em agosto de 1894, com o bombardeamento de barcos japoneses pelas forças navais chinesas. O contra-ataque do Japão é rápido e fulminante, derrotando a China em pouco tempo. No início de 1895, o Japão invade a Mandchúria e a província de Shantung, toma Porto Arthur e controla o acesso marítimo e terrestre a Pequim. A China admite a derrota e, pelo Tratado de Shimonoseki, reconhece a independência coreana, abre mão das ilhas de Formosa e Pescadores e da península de Liaotung, na Mandchúria, paga uma indenização ao governo nipônico e abre quatro portos em seu território ao comércio japonês.
Expansão japonesa – É a consequência das duras condições de paz impostas à China, preocupando os governos da Rússia, França, Alemanha e Reino Unido. Para os dirigentes russos, a cessão da península de Liaotung ao Japão desequilibra o mapa político do Extremo Oriente. Assim, pedem a imediata modificação do tratado de paz, seguidos pelos governos da França e da Alemanha, temerosos do "perigo amarelo". O Japão cede, exigindo, em contrapartida, um aumento da indenização paga pela China.
Incapacidade militar chinesa – Produz uma corrida entre as potências ocidentais e a Rússia em busca de concessões territoriais na China, além de privilégios comerciais. O resultado é desastroso para o governo de Pequim: a Rússia constrói um trecho da ferrovia transiberiana na Mandchúria; a França consolida as fronteiras do vale do rio Mekong; o Reino Unido alarga as fronteiras da Birmânia, avançando em território chinês; a Alemanha ocupa a região de Tsingtao, enquanto a Rússia toma Porto Arthur, Dairen e parte da província de Liaotung e a França e o Reino Unido arrendam importantes extensões territoriais por 99 anos.
"Reforma dos cem dias" – O risco de esfacelamento territorial provoca na China uma severa reação interna e, durante o período conhecido como "a reforma dos cem dias", o governo inicia a modernização da administração, das Forças Armadas, da Justiça, do comércio e da indústria. Essas reformas produzem fortes contestações na burocracia governamental e levam a rainha-mãe, Tzu-hsi, afastada desde a deflagração da guerra com o Japão, a reassumir o poder com o apoio de um governo conservador. O imperador é mantido como virtual prisioneiro, enquanto parte das reformas administrativas é anulada. Tzu-hsi é radicalmente contra a modernização e ocidentalização da China e sua política nacionalista e xenófoba desemboca na Guerra dos Boxers, em 1900.
Revolta dos Boxers – Resultado da reação à dominação estrangeira, nacionalistas se revoltam contra a dinastia manchu. A Guerra dos Boxers, nome dado pelos ocidentais aos membros de uma sociedade secreta chinesa que organizam a revolta, se espalha pelas zonas costeiras e ao longo do rio Yang-Tse, em 1900. Exércitos estrangeiros esmagam a rebelião e impõem à China uma abertura à participação econômica ocidental. O capital estrangeiro implanta indústrias, bancos e ferrovias.
Nacionalismo chinês – A partir de 1905 o nacionalismo se organiza com a fundação do Partido Nacional do Povo (Kuomintang) por Sun Yat-sen, que defende a democracia e a reforma econômica. Em 1911 tem início a revolução nacionalista, que proclama a República em 1912.

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